Vídeo que está circulando em grupos de WhatsApp em Dourados revela vídeos e imagens até então consideradas inéditas para quem vive na cidade e acompanhou todo o escândalo da Operação Uragano, uma das operações mais famosas da história de Mato Grosso do Sul.
Tanto os vídeos, quantos os áudios, quebram a tese de que apenas a ex-mulher de Marçal Filho, a jornalista Keliana Fernandes, negociava os esquemas e propinas para o político e dono da rádio 94 FM. No vídeo, Marçal aparece frente a frente com o juiz do caso e confirma ser dele o áudio em que pede R$ 2 milhões ao então secretário de Governo de Ari Artuzi, Eleandro Passaia.
A conversa teria sido gravada no estúdio de Marçal Filho na rádio 94 FM. Enquanto negociava o esquema para “não sair candidato a prefeito”, como sempre fez, o vídeo mostra que Marçal aumentou o volume do estúdio para atrapalhar qualquer possível gravação. Mas não teve jeito e o áudio foi captado com sucesso. A música usada por Marçal para “atrapalhar e confundir” uma possível gravação é “Sonda-me, usa-me”, bastante conhecida entre os cristãos.
Por essas e outras provas, a Justiça Federal aceitou denúncia do MPF (Ministério Público Federal) e o deputado estadual Marçal Filho (PSDB) virou réu em ação penal por corrupção passiva, junto com a radialista e ex-esposa, Keliana Fernandes Mangueiras. Conforme a acusação, o parlamentar teria pressionado agentes da prefeitura de Dourados a arrumar R$ 2 milhões em troca de apoio político.
O MPF baseia a denúncia em reuniões realizadas entre Marçal, Keliana e o então secretário de Governo da prefeitura de Dourados, Eleandro Passaia, em junho de 2010. O parlamentar e a ex-esposa foram gravados pressionando por doação de R$ 2 milhões para campanha, em troca de compromisso político futuro com o então prefeito Ari Artuzi, que morreu em 2013.
Nas gravações, o trio chega a cogitar que fosse realizado o “esquema dos remédios” pelo prefeito, a fim de viabilizar os recursos para Marçal.