Candidatos do PL não querem vincular imagem com Marçal Filho

“Diga-me com quem tu andas e te direi quem tu és”: Provérbios 13:20. Muitos candidatos do PL, partido considerado de direita e conservador, têm demonstrado coerência e têm se preservado nas eleições municipais de Dourados, mostrando que não se venderam para o grupo do deputado Zé Teixeira, que escolheu Marçal Filho para ser candidato a prefeito.

Mesmo em campanha e com a coligação com o PSDB, candidatos do partido do Bolsonaro estão fazendo ao máximo para não aparecer ou até mesmo citar o nome de Marçal Filho que tem como vice a esposa do Gordinho do Bolsonaro, Gianni Nogueira.

A própria Gianni, que sempre foi da igreja, tem enfrentado dificuldades nas visitas que anda fazendo na cidade e nos distritos. Em algumas ocasiões foi duramente cobrada por ter ser juntado a Marçal Filho. O que poucos sabem é que Gianni acreditava que seria mesmo candidata. O que ela não sabia é que seria “rifada” pelo próprio marido.

O candidato da direita, Sargento Prates, considerado homem de valores e princípios, também não cogita citar Marçal Filho em suas peças de campanha. Num dos recentes vídeos, para driblar o candidato tucano, ele aparece ao lado de Gianni, que também não cita o nome de Marçal. É puro constrangimento!

Outros candidatos como Marcelo Mourão, Eduardo Cerzosimo e Dalto também optaram por fazer campanha sem ficar mencionando Marçal, provavelmente por valores e princípios, pois sabem que se associar a Marçal Filho perderiam referências de dignidade e ética.

Por que evitam Marçal Filho?

CORRUPÇÃO
O ex-deputado, Marçal Gonçalves Leite Filho (PSDB), tornou-se réu em ação penal por corrupção passiva, após a Justiça Federal aceitar a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Marçal é acusado de ter pressionado o então prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi, por doação de recursos da ordem de R$ 2 milhões para a campanha eleitoral do deputado, em junho de 2010, em troca de compromisso político futuro.

FALSIDADE IDEOLÓGICA
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado Marçal Filho por falsidade ideológica, mas declarou a pena prescrita, o que significa que o parlamentar não será punido pelo crime. Marçal Filho foi acusado pelo Ministério Público Federal de falsificar documentos para omitir o fato de ser proprietário e dirigente de uma rádio em Dourados (MS). A rádio obteve junto ao Ministério das Comunicações permissão para explorar serviço de radiodifusão na cidade do Mato Grosso do Sul.

DOCUMENTO FALSO
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), a falsificação de documento ocorreu para esconder a participação do deputado na empresa de Radiodifusão Dinâmica FM LTDA (94 FM) em Dourados (MS), com o objetivo de burlar o dispositivo constitucional (artigo 54, I, alínea ‘a’) que veda a parlamentares federais a propriedade de empresa permissionária de serviço público.

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Documentos públicos, inclusive lavrados em cartório de Dourados, revelam que Marçal Filho usou uma terceira pessoa para fazer transações imobiliárias na cidade. Essa pessoa, por meio de uma procuração, desmembrou terrenos e passou para o nome de laranjas ligados a família do radialista. Um negócio de milhões de reais. Mas de onde vem esse dinheiro?

ASSÉDIO SEXUAL
De acordo com ex-servidores e funcionários, que já trabalharam com Marçal Filho, o ex-parlamentar cometeu ou comete ainda crimes de assédio sexual. Em um dos relatos, Marçal Filho tentou atacar uma funcionária durante o expediente de trabalho. O crime acabou sendo presenciado por outro funcionário do parlamentar. Por medo, a funcionário não fez queixa na delegacia.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Em vídeos postados nas redes sociais, ex-mulher de Marçal Filho relata que sofreu vários tipos de violência enquanto era casada com o deputado. Ela cita espancamentos, agressões verbais e agressões psicológicas.